sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Estudo revela flores mais antigas do Brasil

     São fragmentos pequenos, pétalas ali, folhas acolá, um fruto que lembra uma vagem. Mesmo assim, esses restos vegetais de 120 milhões de anos pertencem às mais antigas plantas com flores do Brasil e podem ajudar a entender como esse grupo chamado de angiospermas passou a dominar o planeta, respondendo por 90% das espécies vegetais.

     As flores e frutos primitivos vêm da bacia do Araripe, uma das mais abundantes jazidas de fósseis do Brasil, que se divide entre os Estados do Ceará, de Pernambuco e do Piauí.

     A bacia contém restos de inúmeras espécies animais e vegetais do Cretáceo (de 142 milhões a 65,5 milhões de anos atrás), o último período geológico antes da extinção dos dinossauros.

     "É quase certo que todos os espécimes que nós temos aqui pertençam a novas espécies, e mesmo a novos gêneros", disse à Folha a paleobotânica Mary Elizabeth Bernardes-de-Oliveira, 57, do IGC (Instituto de Geociências) da USP. "Como estamos estudando um intervalo de tempo grande, de cerca de 10 milhões de anos, é muito raro que dois exemplares da mesma espécie ocorram juntos", afirma a pesquisadora.

     Com base em fósseis que pertencem à coleção do IGC, Bernardes-de-Oliveira e seus colegas estão ajudando a entender o momento em que as plantas com flores e frutos ainda estavam engatinhando na evolução. "Na idade que estudamos o Aptiano, uma subdivisão do Cretáceo", só 20% dos vegetais parecem ter flores."

     Estudar os fósseis do Araripe, em especial os da chamada formação Santana, é um dos caminhos ideais para entender a origem das angiospermas. Tudo indica que o grupo surgiu na zona do planeta conhecida como equatorial árida -que inclui exatamente o atual Nordeste brasileiro e a moderna costa oeste da África, que estavam se afastando lentamente no Cretáceo.

Oásis floridos

     Os fósseis analisados até agora indicam que, embora fosse realmente árida, a região nordestina não era tão inóspita assim. Grandes lagos permitiam o aparecimento de oásis, e era ali que as primeiras flores costumavam surgir e, com elas, os primeiros frutos. Tudo isso sugere que essas pioneiras tinham fortes ligações com espécies semi-aquáticas modernas, como as vitórias-régias.

     Nessa fase da evolução do grupo, as sementes eram recobertas por uma camada simples de folhas modificadas, formando uma estrutura que lembra uma vagem moderna. A presença de uma membrana fina ligada a algumas sementes sugere que elas fossem "aladas", capazes de pegar carona no vento para se dispersarem.

     Os achados do Araripe também apóiam a teoria de que, nas flores primitivas, os órgãos sexuais masculinos e femininos das plantas com flores apareciam combinados -elas teriam, portanto, os dois sexos no mesmo indivíduo.

     Por outro lado, a relação íntima entre flores e insetos, que garantem a reprodução da maioria das angiospermas graças à polinização, pode ter começado cedo. "A bacia do Araripe tem uma quantidade imensa de insetos fósseis. A presença das plantas com flores talvez ajude a explicar isso", afirma Bernardes-de-Oliveira.

     O grupo deve ir até o Araripe e obter mais fósseis para um estudo completo. E já conta com um reforço de peso: David Dilcher, da Universidade da Flórida, que achou a mais antiga angiosperma, com 140 milhões de anos.


Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8432.shtml
 

Flores 'acenam' para insetos, diz estudo britânico

Cientistas afirmam que plantas que se movimentam mais recebem mais visitas.


     As flores "acenam" aos insetos para conseguir atenção, segundo um novo estudo de um grupo de cientistas britânicos.


     A descoberta ajuda a explicar por que muitas flores balançam na brisa, revelando uma artimanha, até então desconhecida, usada pelas plantas para atrair agentes polinizadores.


     O estudo foi publicado na revista científica "Journal of Evolutionary Biology".


     Os cientistas estudavam plantas silvestres comuns encontradas na costa do País de Gales, na Grã-Bretanha.


     Segundo os pesquisadores, flores que se movem são visitadas mais freqüentemente por insetos e também produzem mais sementes.


     Elas também atraem uma maior variedade de espécies de insetos do que as flores estáticas.


     Há muito se sabe que flores usam cores vivas, fragrâncias, pétalas de formatos elaborados e néctar para atrair insetos polinizadores, como moscas e abelhas.


     Até o presente, no entanto, a hipótese de que os movimentos da planta ao sabor do vento seriam também um recurso para atrair visitantes não havia sido considerada seriamente.



Inspiração

     "Eu estava deitado na praia observando as flores se movendo ao vento e me perguntei por que elas tinham hastes e se arriscavam a sofrer danos em um habitat tão exposto", conta o pesquisador John Warren, da Universidade de Aberystwyth.


     Warren afirma que começou a procurar pesquisas sobre o assunto, encontrando pouco material de referência.


     "A única referência que encontrei a um movimento atraindo polinização diz que é pouco provável que (o movimento) seja importante, porque insetos não são bons em detectar movimento, o que é claramente besteira", argumenta o especialista.


     Para descobrir mais, Warren e seu colega Penn James fizeram experimentos com a planta silvestre Silene Maritima, que cresce em Cardigan Bay, na costa oeste do País de Gales.


     Os especialistas observaram 300 flores com caules de comprimentos diferentes, registrando quanto cada flor se movia ao vento, com que frequência ela era visitada por insetos e por quanto tempo, e quantas sementes a flor produziu.


     O experimento revelou que flores com caules longos e finos se movem mais ao vento e, portanto, atraem mais insetos do que as flores que crescem em caules curtos e grossos.


     Mas Warren diz acreditar que as flores também enfrentam um acerto de contas da natureza.


     "As flores que se movimentam bastante podem atrair mais insetos, mas as que se movem demais acabam espantando os insetos porque eles não conseguem parar em cima delas", afirma o pesquisador. "Só as flores que se movimentam na quantidade certa têm sucesso", concluiu.


Link: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL463840-5603,00-FLORES+ACENAM+PARA+INSETOS+DIZ+ESTUDO+BRITANICO.html

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Flores Comestíveis dão lucro.


Flores comestíveis valorizam culinária mineira e dão lucro

     Minas Gerais tem quase 500 produtores de flores, que ocupam com esse cultivo cerca de 1,2 mil hectares localizados em sua maioria no Sul do Estado, Zona da Mata, região Central e Campo das Vertentes. A produção mineira de flores comestíveis, que ocupa o segundo lugar no ranking nacional, atrás de São Paulo, já apresenta um grande potencial de expansão, informa a Superintendência de Segurança Alimentar e Apoio à Agricultura Familiar (Susaf) da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
     De acordo com a assessora técnica da Superintendência, Thyara Rocha Ribeiro, “na culinária de Minas e do Brasil é tradicional a utilização de flores solitárias como a flor de abóbora ou inflorescências, ou seja, um conjunto que inclui o brócolis, a couve-flor e a alcachofra”. A assessora explica que o preparo de pratos com espécies cultivadas como ornamentais e aromáticas, embora seja um hábito antigo em outros países, começou a ganhar força no Brasil há menos de dez anos. “O produto é requisitado por restaurantes, buffets, redes de supermercados, lojas de produtos naturais/orgânicos e spas”, diz ainda Thyara. Atualmente, as flores comestíveis mais cultivadas são a capuchinha, amor-perfeito, calêndula e flor da abóbora. Thyara informa que a relação das principais espécies que compõem receitas culinárias ainda inclui a rosa, o hibisco e o borrago.
     As pétalas das flores comestíveis apresentam geralmente em torno de 80% de água e contêm poucas calorias. Por isso, conforme a assessora, são excelentes para compor pratos leves, muito utilizados em dietas alimentares. “Ricas em vitaminas e minerais, conferem aroma e sabor característicos e dão um colorido especial aos pratos, tornando-os mais atrativos visualmente”, acrescenta.
     As flores comestíveis podem ser utilizadas in natura, cristalizadas ou, de forma processada, no preparo de sorvetes, bolos, geléias e bebidas. “O cultivo de flores para uso na gastronomia deve ser isento de qualquer tipo de contaminação química ou biológica. O sistema mais indicado é o orgânico”, enfatiza Thyara. “Além disso, os produtores devem conhecer o comportamento da espécie a ser produzida, na região em que se pretende desenvolver a atividade. O ambiente pode favorecer o estabelecimento de doenças e pragas que prejudicam ou impedem a comercialização das flores, uma vez que para serem consumidas as flores devem ser cultivadas sem aplicação de qualquer tipo de produto químico”.
Produto certificado
     Há 20 anos, as irmãs Graziela e Renata Seleme Dei Falci produzem ervas e flores comestíveis, em Belo Horizonte, oferecendo atualmente mais de 60 espécies orgânicas, principalmente para os supermercados e restaurantes. “Vendemos o maior volume de flores na Grande Belo Horizonte, mas uma parte dos produtos alcança os mercados do Rio de Janeiro e de São Paulo”, informa Graziela. De acordo com a empresária, o volume comercializado por ano é próximo de 12 mil molhos, com a média de 20 unidades cada.
     Entre as flores que a empresa coloca no mercado, a mais procurada é a capuchinha. No grupo das mais vendidas estão também o amor-perfeito, flor de alecrim, flor de sálvia, flor de tomilho e flor de hibisco. Segundo Graziela, há flores o ano inteiro, com a produção em períodos alternados.
“Nossos produtos têm a certificação do Instituto Biodinâmico (IBD), de Botucatu, em São Paulo, que trabalha em parceria com certificadoras de excelência de diversos países”, informa. “Por isso, embora nossa empresa não exporte, temos credenciamento para vender para o mundo inteiro”, acrescenta Graziela.
     As ervas e flores são cultivadas em uma área de quase dez hectares, no município de Contagem. “Trabalhamos como os japoneses, que plantam em pequenos espaços, sistema que possibilita a redução de custo. De acordo com a empresária, o custo de produção das flores e ervas representa cerca de 60% da receita. “Quando falamos em custo, destacamos a mão-de-obra”, enfatiza. A empresa conta com dez trabalhadores nas etapas normais de produção e recorre a mais três eventualmente, para o período após as chuvas, em que a área de cultivo exige mais cuidados.
     O plantio e a colheita, como nas demais Empresas dedicadas ao cultivo de flores, é manual. “O mesmo sistema é utilizado para o eventual controle de pragas e para embalar as flores e ervas”, prossegue Graziela. Ela ainda observa que a atividade exige muita dedicação, como visitas à área de plantio durante a noite para impedir a ação de animais na plantação.
     Para Graziela, as dificuldades do dia-a-dia são compensadas com o aumento da produção e a expansão do mercado a cada ano. “Além disso, temos o registro de vitórias que fortalecem a imagem da empresa. Uma dessas conquistas foi a inclusão de nossas ervas em uma das categorias vencedoras do concurso mundial de gastronomia Bocuse D’Or, realizado em Paris, na França, em 2001”, finaliza.

Flores Comestíveis

 

 Curiosidades

     As pétalas de rosa há muito que são usadas em infusões e conservas. Agora são ingredientes de eleição para sobremesas e conferem um sabor suave e muito agradável a pratos fritos, como a tempura de pétalas de rosas, uma entrada deliciosa e rica em vitaminas.
     A capuchinha, ou flor de nastúrcio, muito decorativa, de gosto levemente picante e rica em vitamina C, combina na perfeição com saladas. Nativa do Peru, foi introduzida na Europa no final do século XVI e hoje é cultivada em todo o mundo.
     Já na Idade Média, a calêndula, originária do centro e sul da Europa e da Ásia, era cultivada nas hortas, desidratada e utilizada como corante em caldos, queijos amarelos, manteiga e bolos. As suas pétalas são utilizadas frescas em saladas, em crepes ou no arroz, em substituição do açafrão.
     Nativo da Europa e Ásia Ocidental, o amor-perfeito contagiou o mundo inteiro. Além de lhe serem atribuídas propriedades diuréticas, é muito requisitado para saladas e sobremesas.
     A flor de borago, oriunda do norte de África, é secularmente conhecida por possuir efeitos benéficos sobre o corpo e a mente. Deve ser sempre utilizada fresca, uma vez que perde as suas propriedades depois de seca, e marca presença frequente em saladas ou em bolos e sobremesas.
     A begónia, a tulipa, a alfazema e o gerânio são também contempladas nesta selecção, e as suas utilizações variam consoante a imaginação e a experiência dos cozinheiros, tendo sempre em conta as suas características – no fundo, tal como se utiliza qualquer outro ingrediente em culinária.

Flores Comestíveis - Dicas Gastronómicas e Culinárias


     Vinagres e azeites podem ser aromatizados com flores.
     Salpique flores em suas saladas para ficarem mais coloridas e apetitosas.
     Faça cubos de gelo com flores.
     Coloque a flor dentro de utensílios para fazer cubos de gelo e cubra com água. Leve ao congelador e retire na hora de servir.

Flores Comestíveis - letra A


     Abobrinha e Abóbora - São as mais conhecidas, também conhecidas como flor de cambuquira. Pode ser até recheada acompanhando pratos salgados e fica incrível em risotos e saladas.
     Agave americana - Planta das américas Central e do Sul: sua florescência demora entre 10 e 20 anos (antigamente acreditavam que esse tempo seria de 100 anos). Cultivada no México desde 1561, suas flores são ingeridas com tortilhas. Sua seiva é fermentada e obtém-se o pulque, bebida da qual, destilada, origina-se a tequila ou o mescal.
     Allium schoenoprasum - É a popular cebolinha, ou, como chamam os ingleses, chives, usada em salada.
     Aloysia citriodora Palau ou verbena-limão - Suas flores são muito usadas para aromatizar vinhos, recheios, aves, conservas e sobremesas, além do seu uso nos licores franceses. Originária do Chile e da Argentina.
     Althaea rósea - De origem chinesa, é também chamada de rosa-de-Jericó. Suas flores são grandes, e suas cores podem ser branca, amarela, vermelha ou cor de vinho. Usadas em saladas, e a cor de vinho para escurecer o vinho.
     Amor-Perfeito - Tem textura aveludada e é refrescante. Boa para saladas ou aromatizar vinagres.
     Anethum graveolens - Conhecido também como endro ou aneto, e os ingleses chamam de drill. Suas flores são usadas em picles de pepino ou de couve-flor.
     Anthemis tinctoria, ou camomila amarela - Vinda do sul e centro da Europa, sua floração ocorre entre julho e outubro, na Europa.
     Averrhoa carambola, ou carambola - Suas flores são usadas em saladas; seu fruto é também conhecido como “fruto-estrela”, pois, quando cortado transversalmente, tem formato de uma estrela. Podemos fazer suco para beber. Seu suco é bom para tirar manchas das mãos e de roupas. No Brasil, foi introduzida no estado de Pernambuco, em 1817, pois os portugueses a trouxeram da Índia, e sua origem provável é africana. De seu fruto verde fazem-se picles.

Flores Comestíveis - letra B

     Bauhinia purpúrea - Suas flores são grandes, a coloração é vermelha ou rósea, e são usadas em saladas, especialmente as de peixe como o atum.
     Borago - As pétalas formam uma estrela de 5 pontas, de cor violeta. Boa para saladas e aromatizar vinagres.
     Borago officinalis, ou borragem - As flores, quando frescas, têm um tom azul e, quando mais velhas, passam para rosadas; sua origem é da Ásia ou do Mediterrâneo. Usadas em saladas, formam um prato multicor e, segundo dizem, o sabor é de pepino. Os antigos acreditavam que tinham um efeito mágico sobre o corpo e a mente, tornando o homem alegre e feliz.

Flores Comestíveis - letra C

     Calendula officinalis - É a popular calêndula. Suas pétalas podem ser misturadas ao arroz, ao peixe, à sopa, aos queijos, iogurtes e omeletes, dando uma coloração como a do açafrão; usada também como corante de manteiga e queijo.
     Crocus sativus - É o açafrão verdadeiro, uma planta caríssima, pois, para termos 1 quilo, precisamos de 100 mil flores. Usado há séculos em molhos, arroz e aves.
     Curcubita pepo Duchesne - É a nossa conhecida abóbora. Podemos comer suas flores fritas, empanadas em ovo e farinha, ou ainda recheada de queijo forte, ou ainda em sopa, especialmente a de milho.

Flores Comestíveis - letra D

     Dianthus cayophyllus - É a nossa conhecida cravina. Suas flores podem ser digeridas em saladas, torta de frutas, sanduíches, e ainda para aromatizar vinagres, geléias, açúcar e vinho. Quando açucaradas, podemos enfeitar bolos. Seu corante é muito usado em confeitaria.

Flores Comestíveis - letra H

     Helianthus annuus, ou o famoso girassol - Os botões florais são cozidos, servidos como aspargos, e suas flores em saladas. Era cultivado pelos indígenas no norte do México, há mais de 3.000 anos.

Flores Comestíveis - letra M

     Myrtus communis - É a murta, e suas pétalas podem ser usadas em salada de fruta.

Flores Comestíveis - letra N

     Nastúrcio - Sua origem é peruana, sendo levada para a Espanha no século XVI. Suas cores vão do amarelo ao vermelho. Seu sabor lembra o agrião. Muito utilizadas em saladas.

Flores Comestíveis - letra P

     Pelargonium capitatum, ou gerânio - Muito usado em saladas.

Flores Comestíveis - letra R

     Rosa - Muito tradicional na cozinha árabe, onde a essência de rosas é muito utilizada; Em cremes e mousses, combinadas com suco de frutas. Normalmente é feita uma infusão primeiro para concentrar o sabor. Em limonadas e sucos de laranja, para dar um toque exótico.

Flores Comestíveis - letra T

     Tabebuia heptapyla - É o ipê-rosa ou piúva. A flor cor-de-rosa é comestível. Planta da Mata Atlântica e floresce de junho a setembro.
     Tabebuia impetiginosa, ou ipê-roxo - Como o ipê-rosa, também suas flores são comestíveis. Floresce de maio a setembro e é originário da Mata Atlântica.
     Tropaealum majus - Também conhecida como chaguinha ou capuchinho. De flores vistosas, nas cores amarela e vermelha. Começaram a ser usadas no Oriente; flores, folhas e semente têm gosto apimentado.

Flores Comestíveis - letra V

     Viola odorata - Violeta verdadeira (não é a violeta-africana, encontrada nas floriculturas). Quando fresca, é usada em saladas; cristalizada, usada para decoração de bolos, pudins e sorvetes.


sábado, 1 de outubro de 2011

Morfologia Floral
      
       O padrão básico de uma flor constitui-se de um eixo caulinar de crescimento limitado, o receptáculo, que porta verticilos divididos em: cálice (sépalas), corola (pétalas), androceu (estames) e gineceu (carpelos). A flor é sustentada por um pedicelo (eixo caulinar que nasce na axila de uma ou mais brácteas).

      Se o cálice for diferente da corola, o conjunto dessas estruturas é chamado perianto (ex.: maioria das dicotiledôneas, onde o cálice é verde e a corola de cores variadas). Se o cálice for semelhante à corola, esse conjunto recebe o nome de perigônio. Exs.: Zephirantes atamosco e Hemerocalis flava (lírio amarelo). O cálice pode ter as sépalas unidas, sendo chamado gamossépalo, ou livres, denominado então dialissépalo. O mesmo ocorre com a corola, podendo ser gamopétala ou dialipétala.
     A corola pode estar ausente e a flor, nesse caso, é chamada monoclamídea; se cálice e corola estiverem ausentes, a flor é aclamídea e se os dois existirem, diclamídea. As flores diclamídeas podem ser diclamídeas heteroclamídeas, quando possuem perianto ou diclamídeas homoclamídas, quando possuem perigônio.
    Androceu: o androceu é formado pelo conjunto dos estames, que têm sua origem filogenética nas folhas. Cada estame é formado por um filete, o qual está ligado a uma antera, através do conectivo; as anteras são divididas em tecas, geralmente em número de duas. No interior das anteras se encontra o saco polínico, contendo células diplóides (2n) que, ao sofrerem divisões reducionais, originam o grão de pólen. Os estames podem ser livres, se estiverem presos apenas ao receptáculo e epipétalos, se estiverem presos às pétalas. As flores podem ser isostêmones, quando o número de estames é igual ao de pétalas; oligostêmones, quando o número de estames é inferior ao número de pétalas e polistêmone, quando o número de estames é maior que o número de pétalas.
    Gineceu: É o conjunto dos carpelos e óvulos; os carpelos dividem-se em ovário, estilete e estigma; o ovário porta os óvulos, que podem estar alojados em lóculos, formados a partir de dobramentos das margens dos carpelos. O número de óvulos pode variar de um a muitos; enquanto algumas famílias como Poaceae (ex.: milho - Zea mays) possuem um único óvulo, outras possuem até 50! O gineceu pode ser formado por um ou mais carpelos, que podem estar unidos, caracterizando um gineceu sincárpico, ou livres, constituindo um gineceu apocárpico. 


MORFOLOGIA FLORAL E BIOLOGIA REPRODUTIVA DE GENÓTIPOS DE ACEROLEIRA
José Everaldo Gomes1; Maria do Carmo M.D. Pavani2*; Dilermando Perecin1; Antônio Baldo Geraldo Martins3
1Depto. Ciências Exatas FCAVJ/UNESP, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n - CEP: 14884-900 - Jaboticabal, SP.
2Depto. de Biologia Aplicada à Agropecuária - FCAVJ/UNESP.
3Depto. de Produção Vegetal da FCAVJ/UNESP
*Autor correspondente <mcarmo@fcav.unesp.br>





RESUMO: Estudos sobre morfologia floral e biologia reprodutiva de uma cultura contribuem para o desenvolvimento de técnicas de castração e polinização. Com este propósito, estudaram-se a estrutura e a biologia floral em cinco genótipos de aceroleira (Malpighia emarginata), em Jaboticabal, SP; no período de dezembro/97 a janeiro/99. Foi avaliada a morfologia floral, por caracterização e quantificação, e a biologia reprodutiva, desde o aparecimento dos primórdios do botão floral até a abertura. As flores da aceroleira são monóclinas, com cálice composto por seis a sete sépalas, corola de cinco pétalas, nove a dez glândulas presentes na base, androceu com dez estames e gineceu com três a quatro pistilos e distribuem-se em cimeiras axilares com 3 a 13 flores nos ramos do ano anterior e do mesmo ano. Verificaram-se de 6 a 7 floradas por ano, principalmente de janeiro a maio e de agosto a dezembro, registrando-se que desde o aparecimento do botão floral à antese decorrem 6,9 a 7 dias, com abertura floral entre 5h00 e 8h00 e das 14h00 às 16h00, com floração de 22,1 a 29,4 dias, decorrendo do florescimento à maturação do fruto 22 dias e duração da colheita de 19,7 a 28,8 dias.

Link: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-90162001000300013&script=sci_arttext

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Atividade do óleo de Eucalyptus citriodora e Azadirachta indica no controle de Colletotrichum acutatum em morangueiro

Cláudia Regina Dias-ArieiraI,1; Lucas da Rocha FerreiraI; Jailson de Oliveira ArieiraII; Edenilson Gonçalves MiguelI; Mateus Augusto DonegaIII; Regina Cássia Ferreira RibeiroIV
IUniversidade Estadual de Maringá, Campus Regional de Umuarama, Estrada da Paca s/n, Bairro São Cristóvão, CEP 87507-190, Umuarama, PR
IIUniversidade Paranaense, Av. Londrina, Umuarama, PR
IIIUniversidade de São Paulo, ESALQ, Piracicaba, 13418-900
IVUniversidade Estadual de Montes Claros, Campus de Janaúba, CP 91, 39440-000, Janaúba, MG







 http://www.syngenta.com/country/pt/pt/culturas/problemas/Morangueiro/Pages/Antracnose.aspx

RESUMO
A flor-preta é uma das doenças mais importantes do morangueiro e a busca por alternativas de controle tem sido uma constante, principalmente em áreas de cultivo orgânico. Assim, objetivou-se avaliar a eficiência, in vitro e in vivo, dos óleos de Eucalyptus citriodora e Azadirachta indica no controle de Colletotrichum acutatum em morangueiro. No experimento in vitro determinou-se a inibição do crescimento micelial quando o fungo foi submetido aos extratos nas concentrações de 0; 0,25; 0,5; 1,0 e 1,5%. No campo, avaliou-se o controle da doença com a aplicação dos óleos nas concentrações de 0, 0,5 e 1,0%, pulverizados em intervalos de 7, 15 e 30 dias, em plantas inoculadas com suspensão de 106 conídios/mL. As avaliações foram realizadas semanalmente, observando-se a ocorrência e tamanho de lesões no pedúnculo e nos frutos, abortamento floral, produtividade, e ocorrência natural da doença. In vitro todos os tratamentos apresentaram redução significativa do crescimento micelial do fungo quando comparados ao controle. No campo, apenas o óleo de nim apresentou efeito significativo, reduzindo o abortamento floral e a ocorrência de frutos doentes advindos de flores inoculadas. Porém, maior ocorrência natural de doença foi observada quando a dosagem de 1,0% foi aplicada semanalmente.
Palavras-chave adicionais: flor-preta, morango, óleo essencial, nim, eucalipto.


Link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-54052010000300007&lng=pt&nrm=iso